terça-feira, 17 de junho de 2025

Presságio

Quero um homem:

Que não me queira dominar;

Que entenda que vínculo afetivo pode existir na casualidade;

Maduro o suficiente para comunicar-se com clareza;

Que demonstre constância e permaneça;

Afetivamente disponível e responsável;

Verdadeiramente cuidadoso;

Disposto e ágil;

Que tenha espaço em sua vida ou que os crave realmente largos para eu caber

sem sufocar, sem suprimir, sem anular a nenhum de nós;

Assertivo em suas vontades e intenções;

Extinto de manipulação;

Que não queira me aprisionar em um relacionamento cheio de regras opressoras;

Que não me construa pedestais;

Que não procure em mim uma serva 

nem um objeto de uso pessoal, um fetiche, uma fugacidade qualquer;

Quero um homem fora da lógica social, fora da norma monogâmica;

Corajoso para o amor, mas um outro amor

Um homem anti-romântico

Que não seja tão homem como a categoria social homem, um homem-mulher, um homem-criança;

Não busco fidelidade, compromisso e validação.

Não busco família de comercial de margarina.

Não busco fazer parte de uma coleção.

A minha ordem é a subversão. Uma brincadeira com muita seriedade, uma disciplina que no fim liberta. É leve como a bolha de sabão, é sólida como a perenidade do tempo.

No entanto, simples como a gota de chuva escorrendo no dorso da folha.

Por fim, e esta é uma síntese essencial, quero um homem cujos defeitos não me sejam um risco à  vida, à minha segurança emocional e física, minha individualidade. Estas últimas não são as minhas palavras, roubei-as de Nina, a que mantém meus olhos sempre abertos, pois tenho amigas que são faróis. É bom que o saibam.