O meu medo arrebata esta vaidade estúpida Que limita, aflige e enfraquece minhas "raízes". Essa vaidade sugadora que desespera e prolifera escassez. E percebo, ilesa, que se espalharam pelo chão. Avulsaram-se as cores pra delinear o branco mórbido da pele. Sou menos que ninguém. Se me arrancaram o encantamento daquele brilho tão intenso. Se me despenco sem mais prévias. E meu alter ego decompõe-se ainda plácido. Medo sólido derretendo-se no desejo de recompor linhas perdidas E o roxo fúnebre aparando as primeiras lágrimas
15/03/08
Vês a tenridade de todas as coisas? O tempo esgarçando-se por sobre o fantástico; A poesia do lírio, da pedra e do vidro... num toque, e de repente novos filósofos. Vês a fronteira que nos separa do infinito? Um mar de matéria e descrença. De águas paradas e tácitas e mortas. Rasgando o véu do sonho. Navalha fiel dos limites. Vês que perfeição defeituosa? O amargo alternando-se com o sabor natural. Goles de esperança pra estancar sofrimento. Sangue que é vida, seco que é morte. Vês que já não tens aqueles olhos? Que se moldaram e já não choram incessantes. Flor de mágoas quase pronta em profundezas. Conforto pra perguntas que se foram esquecidas. Vês quantas antíteses constituem a realidade? O dia feito sempre de últimos minutos. O bom Deus que se rebela contra os homens. Bem e mal em convergência eterna. Quanta frialdade banha os caminhos vitais. Pois não deixe que teu rastro alastre apenas enganos, por fim, serás perda de sentidos, serás indiferente.
Comunhão entre plantio e colheita: complexa sutilidade. É dependente de gotas d'amor, paciência, capacidade de admirar-se e olvidar ervas daninhas, desfazer-se de tantas utilidades, caminhar sem pressa, matar o medo, sentir dor... Não há fim...