sábado, 2 de dezembro de 2017

Parque 2

Para Neldo

E havia Nestor, a quem minhas letras tímidas tentam se redimir. Diante de tanta força, de tanta grandeza e memória, acredito em mim porque acredito nele. Porque qualquer voz é capaz de atravessar paredes. Porque nascemos no tempo da bondade e ele gosta de decorar os versos que eu finjo saber também. Margarina, piscina, gasolina, Carolina. De repente fico boquiaberta por vê-lo tão crescido. Nestor segura a minha mão e sabe entender, mostra-me os poemas que me fazem chorar pela dor de existir. Gostaria de dar-lhe horas de sono se sono pudesse ser embalado em papel de presente. Dorme um pouquinho, Nestor. Come um pouquinho, também. Feito uma mãe besta. Invés disso, saímos notívagos para dançar até acabar os sapatos.
Tenho medo de que o mundo te quebre, sim. E que eu não saiba sustentar seus ombros erguidos. Tenho medo de dizer tudo errado, talvez eu esteja dizendo. Por favor, não se quebre. Ou me deixe saber de um modo muito objetivo caso qualquer furacão esteja passando. Estale seus dedos na frente do meu rosto, faz uma banda tocar e põe um outdoor na frente da minha casa. Te amo muito, Nestor. Espiei debaixo da tua máscara, me perdoe, fiquei extremamente emocionada de novo. Você é tão lindo e eu tenho tanto orgulho. Tudo que eu mais gostaria é te retribuir ao menos uma parte do que você é. O que você faz em mim não tem nem palavra.