quinta-feira, 27 de setembro de 2007

És fonte de palavra inebriante
Sorver-te do cálice um ósculo fortifica-me
Surgiste no vão de tempos enervantes
De um acaso, engano, proveito e persistência
Sim! És petulante!

Quão doces se tornam bizarrices
A lástima dissolve-se nos risos
És defesa, escape, grande espírito
Como que para enobrecer-me
E alimentar minha nova forma
Teu timbre ecoa se ativo os sentidos
Pois a aurora de olhos paulistanos
Já se fez companheira de meus pensamentos

Laçaste-me outrora, com teus versos
Minha armadura fragmentou-se a pó
Cada encontro redime o distante
Posto que tua presença é acréscimo

Tens áurea que irradia evolução
Carregas mãos esculpidas com amparo
Onde guardo meus périplos imaginários
E desconheço o que chamam solidão

Quero jornada chamuscada com teu brilho
Em coração, fincado, sem mais alarde
Aqui se fez forte
Em ti se me guardes
Transcenderá vida e luz
Em união de partes inigualáveis

Fizeste morada em infinitos sonhos
Ao iluminares egos sombrios
Assim conservo-te
Que não se percas
Me olhes!
Que dentro destes lânguidos olhos
Sou mais que almejara ser
Infindáveis existências imperfeitas
Alastre-se sentimento de mundo
Cantes...
Libertes...
Inundes minh’alma de Você

Ellen Joyce
26/09/07

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Nunca vi alguém assim.

Ouviu discordando e sorrindo por dentro. Guardou só para momentos em que vangloriar-se é necessário. Nos dias em que ver-se maior e fizer bico de reprovação, lembrar-se-á... Que se avolume silhueta! Que importância há? Ela é muito mais que carboidratos, lipídios e proteínas. Mais que reclusão e interrogações.

É transição, raridade, pensamento, raciocínio, discernimento, poder...

Direciona atenção ao acaso, mesmo indesejada...

Ela ainda decepa-se de falta de cuidado, ingenuidade que custa a ir-se.

Mas é o que a conforta nos dias cabisbaixos. A que circunstância se deve a repreensão disso que tantos denotam pecado? Ela restringe-se a saber sem mencionar? Dizer que traz encantamento é desfacelar a atração alheia? Pois bem, ela somente registra. E quando chover sem que haja descanso, a palavra virá secar-lhe o ego. Há de tornar-se límpida outra vez, porque os gracejos não vieram em vão, porque a equação reage em equilíbrio. Ela fez a harmonia reinante entre brechas e pontos marcados. Existe personalidade (e não mais impersonalidade) balanceada. Os gestos estão inundados de magnetismo, isso é motivo de dias de graça. Rir só, sem que haja culpa. O antigo... O que está... O por vir... Ela ri.

É uma fraqueza, por enquanto, perdoável. Porque não se agarrar num estopim pra alegria, mesmo que provisória? Pois se pensares por instantes apenas, perceberás. Pertencemos à mesma busca incessante de aprovação. Quase que sôfregos. Causa cócegas essa sensação de chegada. São teus méritos, Foste tu! Ela ri.

São doces recordações. Um jardim floresceu a cada passo avançado. Os seres brotando pra vê-la passar. Olhos recém-nascidos banhados de intenções afetuosas. É um bem vê-la sorrir; e nesta cor de tempestade perder-se pois é atrativo e irresistível.

Que sabor tem esta certa liberdade infundada...

Ela ri...

Ellen Joyce

13/09/07

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

...Queres abocanhar um fruto
Mas não vês o sumo há de adstringir-lhe a boca
Tu forças o desabrochar de uma rosa
Só porque lhe parece um tanto tentadora?
Apenas rogo-te que não queiras sentir deste âmbar
Se não forem puras as tuas orações
Te lembres que pétalas tais estão esmuiçadas
Como que resto de alimento a leões...

Ellen Joyce
04/06/07
O amor não é um crime qualquer
É um delito inevitável que cometem as almas imperfeitas
Aos seres amados e aos amadores, não haveria vida nem flores sem que enfrentassem, ao menos uma vez, a doce sentença de ser condenado
A supérflua dor de ser atingido
E o abraço do alívio de ser amado
Amor prende em cela que se fez abrigo
Onde descansa recôndita a infinitude dos julgados...

Em parceria com Mykelle Maya
(ainda incompleto)