sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O que assusta ou entristece

Um mundo prolixo para dizer bobagens.
Ou muito breve para o que é profundo.


O mundo é dos inúteis.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Temo dizer coisas intangíveis, coisas que são muito além de seu simples entendimento. Toda palavra será um calo. A liberdade tem muitas distâncias quando se está quase só. Temo ferir a infância dum casulo com minhas desproporções. Se nada puder regenerar, o tempo ainda cuida. Se acaso a milionésima vez for de novo apenas um vazio, lembra que o amor é também improferível. Se eu não puder amar por palavras, não blasfeme, por isso, meu silêncio.
Eu irei porque já não encontro a minha casa. Vou para longe porque há muito tempo não pertenço mais. Espero que você tenha sentido essa mesma certeza terna quando seu corpo tornou-se sua vontade. Espere. Ele se tornou?
Terei agora um corpo inteiramente meu (como poderei explicar o infinito significado deste minuto?). É tudo que mais importa agora: o meu encontro comigo. Meu corpo não se vergará ao peso das obrigações. Que o seu deus se apiede para fazê-la entender. Se meu corpo não verga, não é egoísmo, sou mulher que corre com os lobos, apenas.
O anjo da casa está morto. Na verdade, isso é tão necessário quanto feliz, embora ele tenha agonizado algumas horas. Também não pedi para acender uma vela. Não é preciso. Existe a luz das nossas lágrimas. Perdoa eu não poder explicar todas as minhas ideias atravessadas. No escuro somos todos cegos. Na luz extrema também.