domingo, 29 de abril de 2012

Cariño

Quando tiveres ainda mais sonhos cravados na pele, amarei teu cenho, amarei tuas roupas, amarei ler cálida a palavra amornaremos. Tu livrarás o rancor de meus cabelos. Amansarás três vezes meus temores. Três vezes amar-te-ei para que não te canses. lembrar que é tempo de pêssegos, sim. Tanto mais tempo de ser eternidades...
Tu pousarás em mim mais uma vez. Repartirás meu silêncio e serviremo-nos em paz. Lembrar felicidade, lembrar a candura deste deus que nos criou, este das mãos setembrinas, contumaz deus das coisas pequenas. Porque amamos para o mesmo caminho - paciência, temperança, ternura - e uma coisa devagarzinha tem suas perfeições. 
Se acaso há cansaço, crio-te auroras. Pensar o riso, não pensar a dor. Pensar a sutileza dessa luz. Casar outono e primavera. Há de ser como saberemos... leve...


"Sei que tudo nosso é liberto e cheio de curiosidade do mundo inteiro, mas meu coração é seu."


Sei  

3 comentários:

thiê disse...

já tinha deitado quando acordei pra reler isso aqui, e pra lembrar que ser citado indireta e diretamente em qualquer coisa que escreva é surreal. me cita pra fora, em seu texto... vou dormir de novo, te citando pra dentro, em meu peito, tal como deve ser. Sua delicadeza e escrita leve, já não sei o que dizer.

Saulo Moreira disse...

Vcs estão me cutucando de tanta ternurice.

Anônimo disse...

Ei! Vc é de Santa Maria, interior da Bahia, pertíssimo de São Félix? Menina, vc escreve muito bem.