sábado, 5 de dezembro de 2009

Dos laços














Não lhes amei cada dia como um sempre
Não beijei-lhes as mãos por pedir proteção
Bem soubessem, este gesto solícito, perdoai
Carece a verdade das palavras vãs

Não me haveria de admirar o tempo antigo
Apequenou-lhes o ver lentamente, de sobejo
Da couraça em que as amarras vos sustentam
                                                        [aflitos
Em riso de dor choroso rastejo

Meus passos castrados
Meu livro em branco
O pranto no claustro
O silêncio do canto
estão todos esparsos

Vejo o mundo por janelas alheias
Desvanecer-se no ar que não respiro
De meu punho as trovas de areia
vão sumindo na praia do suspiro

Laços de sangue são como cegas ataduras
Por isso meus dedos calejados