domingo, 22 de novembro de 2009

"el corazón, déjame libre!"

Quantas vezes quisestes voltar ao animal liberto para invejar-lhe as ancas mais as patas soltas e talvez confessar-lhe não reger sobre teu próprio sexo, e questionar-lhe como se corre, como se vive, como ser dono dos membros todos...

Se pudesse vê-lo nítido - com os olhos das mãos - pra afagar-lhe o pêlo de ouro e dizer-lhe no ouvido que antes fosse ele a razão pela qual vivia que o desejo simples de quebrar as correntes...

Mas as pessoas acobertam-se de razões anacrônicas para tolher a vida de quem ainda não vive...

Um resto de poeira luminosa pousa-lhe nas maçãs gélidas. Eis que avôa uma ave no horizonte sem cor.

2 comentários:

Marlos disse...

lindo bu.

Nina. disse...

"e questionar-lhe como se corre, como se vive, como ser dono dos membros todos..."

não me canso de ler isso, Ellen.
a parte engraçada é que eu entendo o que você escreveu, porque te conheço e te amo - mas também entendo porque tá em mim. isso é literatura, no fim das contas.
vou guardar.