Me chame Buendía De pulcra boca adocicada Tenho lábios úmidos d'um cítrico luzidio E dentes encharcados de macia frutose Rasgo os gomos suaves de teu pomo alaranjado
Os folículos de minha língua de sede regozijam
E o veludo líquido transborda pelas clavículas...
P.s.: Aula de Criação Literária. Tema: Café da manhã
Cansei-me deste lençol de gelo a cobrir-me as faces Este invólucro não derretido a roubar-me o real. Aqueço-me de alma e de corpo e vejo caídas as pérolas frias. Bordo com fios estreitos a burca que pende aos cílios
Tenho seios desalmados, assim Tristonhos de veias roxas Seio cru, profanado, mordido Tenho seios desalmados Umbigo sujo, é Profundo meu nó Dos deuses mitológicos Joelhos rebeldes Pelas farpas Marcados Não é colorido Meu pelo As panturrilhas São tímidas Pestanas e têmporas Dentes unívocos forrados De resina No cabelo não há cá
Tinta Meus dedos dão as mãos Em volta dos tornozelos Elos torno-os Os glúteos são Livres, são Oleosamente Dançantes As mãos e a cútis são Amantes Sorriem nos passeios noturnos Meu corpo tão mole e leve paz e seios Nó em tu Meu santuário de Células fugidias Céu e lulas E estrelas salgadas Corpo único envolto Em gordura E doce Meu E humano Jaz desfeito em alma d'insanos Trapos Corpo solto d'avesso Cor pó sol Desfeito Tenho seios desalmados