Já hoje se tem três dias feitos
que nunca recebo carta sua
Verti quatrocentas e duras lágrimas
Parece que tenho a mãe morta
Parece que Matilde veio e me disse
que se quebrou meu porquinho australiano
Tenho desejos de matar Matilde
ás vezes
Voltei-me a lavar os pratos
até ter sangue nas mãos
Mas a louça nunca curou
amores de não amar-se
Comecei a quebrar os pratos
pra ver Matilde chorar
Três dias
a minha andorinha longe
Vejo não aguentar
Matilde caçoa minhas dores
Maldita seja Matilde!
Quarto dia
Tenho febre
A Saudade pesa seus sem-sentidos
Tenho urgências semânticas
você nunca chega
Te chamo bastardo!
Matilde...
Matilde se dane
Troquei minha saia puída
(desde o dia em que você partiu)
Pus presilha no cabelo
Bati à porta do Correio
(O silêncio mói meu coração)
O CARTEIRO ESTÁ MORTO?
Glória, senhor!
Tenho vida!
Dê cá minhas cartinhas.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Pelejo fazer um poema grande
Grande e sisudo
Que atravessasse
Que fosse gordo
e tivesse cheiro de chá
Um poema para Thiê
Faz três horas me reviro
Vejo mar, vejo renda
Vejo mel, vejo casa
de morar
Já vi até o
rosto de Benjamim
Sonhei que corria doidalegre
pelas ruas de Recife.
Fui desistindo
Desperdicei três horas de pensamento
Tô aqui deitada ao pé da cama
O coração que nem geléia de umbu
E o amor tá comendo tudo!
Essa praga que é a felicidade...
Grande e sisudo
Que atravessasse
Que fosse gordo
e tivesse cheiro de chá
Um poema para Thiê
Faz três horas me reviro
Vejo mar, vejo renda
Vejo mel, vejo casa
de morar
Já vi até o
rosto de Benjamim
Sonhei que corria doidalegre
pelas ruas de Recife.
Fui desistindo
Desperdicei três horas de pensamento
Tô aqui deitada ao pé da cama
O coração que nem geléia de umbu
E o amor tá comendo tudo!
Essa praga que é a felicidade...
Plumas são pedras
Há tanta verdade na poesia
Que algumas pessoas se espantam.
Há quem desperte pra dentro,
Há quem não leia por certo,
Mas algumas pessoas se fecham.
É curioso.
Não podem sustentar a leveza
de uma terceira realidade.
(Nunca pude compreender
tamanha variança de gente...)
Que algumas pessoas se espantam.
Há quem desperte pra dentro,
Há quem não leia por certo,
Mas algumas pessoas se fecham.
É curioso.
Não podem sustentar a leveza
de uma terceira realidade.
(Nunca pude compreender
tamanha variança de gente...)
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