segunda-feira, 29 de agosto de 2016

E agora, Dilma?

E agora, Dilma?
O sonho acabou
O riso parou
Democracia ruíu
Justiça estancou

E agora, Dilma?
E agora, mulher?
Você que tem nome
mas se alia a outros
Você que faz certo
mas erra na trave

E agora, Dilma?

Está sem apoio
Está sem promessa
Já não pode temer
Calar já não pode
Renúncia, jamais
O senado esfriou
O tempo fechou
Mas o Lula veio
O Chico veio
Não veio a liberdade
E agora, Dilma?

Sua luta indelével
Sua garra, sua bicicleta
Sua resiliência
Seu anjo esbelto
Sua perda - e agora?

Se você dançasse
Se você corresse
Se você revidasse
o golpe iminente
Se você recuasse
Se você cansasse
Se você morresse
Mas você não morre
Você é dura, mulher!

Sozinha no salão
qual presa rendida
sem crime, sem pressa,
sem culpa, altiva
Você marcha, Dilma!
Dilma, eu também


Um comentário:

Saulo Moreira disse...

Saudade de Ellen, aí vim aqui. E encontro essa ode.