terça-feira, 3 de junho de 2008

Hermética Estrela


Sou uma estrela apagada
De fuligem, pretume, lama e vaga luz
Calo-me gélida entre galáxias
Rosto vestido

Cabeça rodeada de letras prateadas
Não me pertencem
Subnitrato de traque são
Não possuir-las-ei
Em memórias de sei-não
Aparvalho-me se me devotam

Etéreos elogios denotarão

Que não há glória em quem costura lábios
Se mais pura maior o escasso

Se mais perto pior o fracasso

Inventaram-me por um simples momento de ócio
[Não existo!]
Pedra Burra Gelo Pavor Asco
Calada!

As letras me tomam

São letras alheias

As letras de prata

São letras roubadas
Ermas, CA-LA-DAS
Derramam-se sozinhas e pobres para dentro de meu nunca-mais

Ellen Joyce


02/06/08

Um comentário:

Marlos disse...

Já disse o que eu achei desse poema, mas gosto de repetir que sou lisojeado por namorar uma futura escritora.