sábado, 6 de novembro de 2010

O que querem os homens



Cansei disso!
Dessa esqualidez, dessa magreza quase sem exceção, dessa abundância estratégica de carne. Mas que pulsos e calcanhares mais rebeldes! Acabarei com os dois, dias roliços me hão de chegar!
Cansei dessa hipocrisia, mãe! Quero uma robustez não condizente com meus ancestrais, quero os doces prazeres da futilidade estética.
São os homens, mãe. Os homens não desejam minha cabeça, eles não podem comer meus poemas, porque poema não se come, entendeu? Pobre de um poema diante de uma bunda.
Vou correr ao prato de feijão que você me preparou.
Que tudo o que os homens querem é a superficialidade do amor.




9 comentários:

Eliana Mara Chiossi disse...

Ellen, por aqui, ouço sua voz.
Lá, naquele espaço quase prisão da sala de aula, ouço seus olhos, às vezes longe demais.
Mas o que você faz aqui é suficiente para saber que você entende quando meus olhos querem fugir, quando minha alma quer sair do espaço quase prisão da sala de aula.
Podemos divulgar seus poemas, junto com a produção de Letras? Ainda vamos trabalhar uns poemas...
Fique mais perto!

Ellen Joyce disse...

Professora, nem sempre nossos olhos podem obedecer a necessidade. Se eu ñ sou ativa na sala de aula, como qualquer professor gostaria, é porque é um traço da minha personalidade, um defeito q eu me acostumei (sinto dizer) a trazer. Ñ falta esforço da minha parte pra ñ atrapalhá-la em nada, mas o caso com vc é diferente porque vc é uma professora mais sensível. Eu deveria ter dito isso na sala, mas até isso eu ñ disse, sabe aquelas pessoas q acham q nasceram pra não dizer? Pois é. Enfim, "Produção de Letras" quer dizer o que? Poder td pode com meus poemas, neste sentido posso me prostituir.
Obrigada pela visita, sempre.

Anike Lamoso disse...

faco de tuas palavras as minhas..
mto bom flor!

xeiro

Nina disse...

ô meu amor ! só porque vc mandou vou voltar a postar. é que ando muito feliz, e a gente já gosta é de uma desgracinha na vida pra escrever algo que preste né.
;~~

Neldus disse...

Os raros corpos talhados com a inteligência própria é que movem os corpos dos Dionísios incautos.
Afoga-te em pratos de feijão, porque o manjar já se figura em teu paladar.
lindo poema, miss J.

Marlos disse...

Que fique pra os seus leitores, q seu namorado disse q sua pele perderah a rigidez, mas seus poemas sao eternos (cliche basico).

Érica dos Anjos disse...

Mas que superficialidade de amor?
Amemos a alma com o corpo, o corpo com a alma.

=D

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Justo ou injusto juízo sobre os machos de nossa espécie, é um belo texto. Escreves muito bem. Talvez tenhas razão e não seja o amor algo de profundo, mas o que é profundo por vezes é somente o que foi ao fundo, o mais pesado. Deve o amor ser pesado? Deve a poesia ser pesada? Há tanta leveza, porém, em teus versos...

Um abraço dos nômades do

http://protopoetica.blogspot.com