Graciosa, tu vinhas
Tu chegavas amanhecida
Teu vestido cor-de-laranja
Tua pele crispada e florida
Harmoniosa, tu vinhas
Teu peito vermelho elevado
Continha-se num abraço
Num bálsamo
E ofegavas por entre as mordidas
Deitavas-te lânguida, serena
De corpo em penugem suada
Chamava-me tua nudez vestida
Teu ardor de virgindade anunciada
Cálida, tu vinhas
Com teus pelos cor-de-verão
Dilacerar as fibras d’alma minha
Desvanecer-me em amplidão
Morna, tu vinhas
Semente suave sobre meu rosto
Clamando-me pausas arrependidas
Ao deflorar os botões de teu dorso
Estremecida ficavas
As saias derramavam-se perdidas
Sussurravas quereres tão torpes
E relutavas com pernas indecisas
Mas tão distante mergulhavas
Que o querer mais alto gritava
E te descompunha o rasgo dos lábios
E ouviam-se pedidos ávidos
Então, de pungente, calavas
Apertavam-me tuas mãos pequeninas
E num espasmo assustado ficavas
Saboreando os quereres ainda
E cerravas os olhos molhados
Ao cessar teu mar de lamúrias
És, agora, um ninho umedecido
De corolas derretidas e púrpuras
Tema: Palavras quentes
3 comentários:
Bela poesia!
Semeie sensibilidade em uma blogosfera insensível. É isso aí, parabéns.
Pobre Esponja
encantador,
gostei tanto desse poema moça!
Mui belo,moça!
gostei muito.
bj.
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