sábado, 5 de dezembro de 2009
Dos laços
Não lhes amei cada dia como um sempre
Não beijei-lhes as mãos por pedir proteção
Bem soubessem, este gesto solícito, perdoai
Carece a verdade das palavras vãs
Não me haveria de admirar o tempo antigo
Apequenou-lhes o ver lentamente, de sobejo
Da couraça em que as amarras vos sustentam
[aflitos
Em riso de dor choroso rastejo
Meus passos castrados
Meu livro em branco
O pranto no claustro
O silêncio do canto
estão todos esparsos
Vejo o mundo por janelas alheias
Desvanecer-se no ar que não respiro
De meu punho as trovas de areia
vão sumindo na praia do suspiro
Laços de sangue são como cegas ataduras
Por isso meus dedos calejados
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3 comentários:
tudo que eu sei sobre isso é que vai haver um tempo em que os "tempos antigos" vão significar alguma coisa menos pesada.
tudo vai fazer parte de você, nosso coração é esperto e feito de um material meio-mole que permite que a mágoa vire lembrança-quase-sem-gosto.
sei também que você é uma porra de uma poeta completa e pronta.
então abrace os sentimentos que você joga no papel,
mas não com amargura,
que se dá pra fazer poesia nada foi em vão.
Que tapinha com luva de pelica. Esse o pai perdoa.
Você sempre encontra a mais justa adequação em métrica, rima e, por que não ? Dor.
Linda, linda, linda, linda
A fossa também é bela.
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