domingo, 26 de abril de 2009

Poetar é preciso IV

Relato de uma jornalista em decadência

“Desculpe, eu sou medíocre! Demorei muito tempo pra conseguir assumir, mas olha aí, parece que a terapia ta fazendo efeito. Hum, já que comecei falando de mim, espera, tenho mais revelações a fazer; meu excêntrico mundo egocêntrico me impede de ver além dos limites da viseira que roubei de minha adorada égua Jurema; tomei um choque quando era adolescente, por volta dos 19 ou 20 anos, que me impede de realizar as sinapses como as pessoas normais e tenho um horrível (e por que não dizer insuportável?) complexo de inferioridade, trauma de infância sabe? Fui uma criança sempre só, nenhuma outra queria brincar comigo, diziam que eu era feia, chata e burra, aí desenvolvi um hobby que me acompanha até hoje, passei a dedicar meu tempo a fazer críticas à vida dos outros; já que tenho tantos defeitos, outras pessoas hão de ter também; e vasculho mesmo, pra se ter idéia, fiz disso minha profissão, a internet passou a ser meu maior instrumento, afinal, diversas pessoas expõe publicamente suas vidas... confesso que tenho um apreço especial por criticar jovens talentos. Como conseguem esses jovens ser tão melhores que eu que tenho tanta experiência? E realizar combinações de palavras que eu jamais poderia um dia pensar que fossem possíveis? Não resisto, tenho que demonstrar publicamente meu desafeto por essas criaturas, e para isso, eu procuro qualquer motivo, critico o corte de cabelo, suas unhas esbitocadas, a maconha que fumou aos 13 anos de idade, a bala que roubou aos 5, as interpretações e trocadilhos que fez ao ler um poema de um poeta qualquer... sinto-me na obrigação de, como jornalista muito conceituada e renomada, denunciar esses crimes hediondos, é meu dever alertar nossa sociedade contra a existência de pessoas assim, não posso deixar que elas permaneçam impunes e continuem a escrever textos brilhantes e se tornem maiores do que o que minha capacidade tenta conter, tenho que difamá-las enquanto há tempo, enquanto são jovens e posso ferir-lhes com isso como sendo uma doença, pobre de mim que perdi a juventude e quero agora apenas atingir os que a tem. Eu sou uma vítima... por favor, eu imploro, tenham pena de mim!
Ass.: como é mesmo meu nome? (esqueci de contar, tenho um pequeno problema de amnésia, esqueço e me atrapalho muito quando se diz respeito a datas e nomes, às vezes até o meu).”

Ívylla Almeida

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Muitíssimo Obrigada, pessoas que se dispuseram a ler, se empolgar e escrever algo em resposta a "Desocupada Nível Máximo Ativar"; Nunca mais, óh, nunca mais (que pesar!), ao que parece, ela nos dará as fuças.

Grata, Ellen Joyce

2 comentários:

Lu Bitencourt disse...

109010Meu Deus, sou imaginária, não tive infância, aprendi somar dois mais dois só depois dos 14 anos quando fiquei mocinha....

Ó Senhor, incomodei uma menininha que acha ser poetinha, porque acredita em papai noel, fadinha e sete anões....

Poetar é Preciso....
Fazer riminhas é preciso...

Estou a sua disposição, venha até a Editora Abril, marginal Pinheiros em SP, apresente-se à Portaria do prédio como a COITADINHA ELLEN DO POETAR É PRECISO, blog muito visitado, não plagia poetas famosos da Academia, que lhe atendo com uma xícara de bom café quente!!

Lu Bitencourt

Lu a Imaginária disse...

Queridos @migos, virtuais ou não!
Venho convidá-los a comparecer no lançamento do livro da Escritora Márcia Magalhães do blog POETAR É PRECISO (o original), que será realizado na Bienal Internacional do Livro em São Paulo em Agosto, maiores informações, favor visitarem o site da Autora...
Como vocês podem ver, Lu Bitencourt tbm é cultura!!
E essa Autora não é tão desconhecida assim como dizem as más línguas...
Lançar Livros na Bienal não é pra qualquer um!

Abraços e beijos,

Lu Bitencourt, a imaginária...