quinta-feira, 12 de julho de 2012

Amarinhar

Pensa;
o mundo cheio
de oceano e jasmim
ainda pulsa.
Há um céu rosazulado
E o brilho das coisas invisíveis.

Conclui então que não há fórmula mágica.
As coisas de ver são as coisas de sentir.
Sinta;
O meu amor transborda nas ruas
porque agora faz chover.
Este inverno - que há de florir -
é meu desamparo,
Mas durma, amor, o sono dos justos.
Quero tocar-te a alma de flores

Lembra;
Todos os versos que te criei
tiveram sangue e fúria de viver.
Empunho no ar
minhas letras tímidas
para galgar-te no horizonte
sem fim.

Cuida;
- desesperadamente -
cuida que é imenso meu jardim de amor.
Tem árvores afundadas num céu que mal posso ver
Veja;
As andorinhas neste azul infinito
voam longe.
É inverno.
Para abrigá-las
te fiz uma casa
de paz rosada
e ladrilhos.

Amar calmo assim de novo
fará doer.
Silencio.
Resta-me aguardar
que o sol se deite
na água mansa.

Durma, amor,
um sono de nuvens.
Sustento no ar
este universo
Até que os crepúsculos
me ardam nos olhos.

Amanhã
teus búzios,
tuas conchas,
o mundo cheio de oceano
inundará de cristais
a minha vastidão...


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