Espantei os pombos com gestos efusivos
Na verdade, fiz que Ele não existisse
Porque te levou do mundo
Era já um fio de neblina
Certa bobagem
que agora desapareceu
O que existe
pesado como filho grande
é tua saudade.
Tua viva lembrança nas minhas palavras
e cartas que não receberei
Te mando um bordado
de Torto arado
Você deveria ler!
É lindíssimo...
Mas é tarde.
É mais uma das minhas tolices.
Penso comigo se a terra em que teu corpo descansa já está lavrada.
Que bichos andaram sobre ela?
Que plantas cresceram?
Seres tão indiferentes
ao medo que dorme nas dobras do tempo.
A quem farei perguntas descabidas?
Você é, mais do que nunca,
a bruta flor trepada aos portais
que levam a lugar algum.
Estão novamente repousados no parapeito sete pombos furta-cor.
Sinto que a ferida divina se abre por dentro
Pois ainda sangra e ninguém vê.
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